Autor

Cesar Gavin

Produtor musical e artístico, musicólogo, radialista e geógrafo. Amante de futebol, história, cinema e seriados. Apreciador de vinhos. É assim que ele próprio se descreve, e não é por menos.

Sua ligação com a música começou bem cedo, aos 8 anos de idade quando seu irmão mais velho lhe apresentou o álbum (LP na época) Destroyer do Kiss. Foi paixão à primeira “audição" ! E assim se seguiu sua infância, tendo como trilha sonora clássicos como Led Zeppelin, Black Sabbath, Emerson, Lake & Palmer e Pepeu Gomes. Desde então, foi trocando as atividades corriqueiras dos jovens de sua idade pelo ambiente musical.

Aos 12 anos, enquanto os colegas jogavam bola na rua, ele ia assistir a ensaios do grupo Ira, e a shows de Van Halen e Kiss que se apresentaram em SP. Aos 13, começou a estudar violão, que logo trocou pelo contrabaixo, instrumento que o acompanhou por um bom tempo anos afora.

Aos 17 anos

Enquanto tocava seu baixo com alguns amigos do bairro, teve acesso ao meio musical e artístico, tendo presenciado eventos importantes da época como, por exemplo, a estréia da banda RPM num palanque de uma praça na Vila Madalena em SP. E nesse ensejo, viu a formação de bandas como Cabine C, Os Jetsons, As Mercenárias, Smack, entre tantas outras que começavam a surgir. Nesta época frequentou locais que foram cruciais no início do rock brasileiro nos anos 80, entre eles o Projeto SP, o Napalm, a Tifon Danceteria, o Radar Tantã, o Rose Bombom, o Radio Club, o Lira Paulistana, o Sesc Pompéia e o Programa Fábrica do Som, realizado pela TV Cultura.

Em seguida pôde acompanhar também o início de bandas que viriam a se tornar as maiores do Brasil como Ultraje a Rigor, o próprio RPM, Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Capital Inicial, Ira, Inocentes, Legião Urbana e outras de importância na época como Azul 29, Voluntários da Pátria, Muzak e Agentss.

Aos 15 anos, estudou baixo elétrico na extinta Faculdade Marcelo Tupinambá e formou sua primeira banda, a “AI-5”, tendo feito a primeira apresentação na escola onde estudava, o Colégio Villalva Júnior na zona sul de SP, onde morava.

Bala de Prata

Aos 19 montou a banda Bala de Prata–a primeira de sua carreira a tocar no circuito paulistano (1989) e que participou também em programas de TV da época, entre eles o programa Matéria Prima, apresentado por Serginho Groisman. Posteriormente vieram as bandas Roleta Russa, A Imagem do Som e Jacqueline.

Em 1991 parou de tocar para prestar vestibular. O curioso é que nesta ocasião, teve que fazer uma escolha entre razão e emoção. Após realizar a prova da segunda fase do vestibular da Faculdade de Letras da USP – Universidade de São Paulo, antes mesmo que pudesse ver o resultado da aprovação, foi convidado para trabalhar como roadie da banda Titãs. Optou pela emoção, e até hoje não sabe se passou ou não no vestibular para o curso que almejava na época. Aventurou-se então mais uma vez no meio musical, aceitando o convite da banda e trabalhando com eles na estrada por quase 5 anos, excursionando pelo Brasil e exterior.

Em 1993 trabalhou no disco Titanomaquia (Titãs) ao lado do renomado Jack Endino (produtor do Nirvana, Bruce Dickinson, Soundgarden e Mudhoney).

Tocando com os Titãs

Em 1994, após retornar de férias, teve a oportunidade única de substituir Nando Reis, adoentado então, em um show em Pato Branco, Paraná, ocasião em que teve que “tirar” para o dia seguinte 21 músicas para realizar o feito, na turnê Titanomaquia dos Titãs. Na semana seguinte seria o Hollywood Rock. Felizmente o Nando se recuperou e retornou à banda para o festival. Como roadie dos Titãs, durante os festivais do “Hollywood Rock” de 1992 e 1994, teve oportunidade de trabalhar no mesmo palco em que tocaram, na mesma noite, Aerosmith (uma de suas bandas prediletas), Living Colour, Poison e Jesus Jones.

Em todo esse tempo de estrada, acumulou diferentes experiências, entre elas, aprendeu a tocar bateria para passar o som antes dos shows. Em turnês chegou a viajar ao lado do grupo Sepultura, de Fernanda Abreu, Os Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho.

Nas suas folgas também foi roadie de Dado Villa-Lobos (Legião Urbana), quando ele tocava com Fausto Fawcett, de Kiko Zambianchi, Golpe de Estado e Biquini Cavadão.

1º disco dos Raimundos

No mesmo ano de 1994, durante a semana, trabalhava também na gravadora Banguela, dos Titãs. Exerceu funções desde roadie até produtor executivo, quando participou de discos antológicos como o primeiro dos Raimundos, o do Mundo Livre S A, do Maskavo Roots e do Kleiderman (banda paralela de Sergio Britto e Branco Mello). No final deste mesmo ano trocou os palcos e estúdios de gravação para trabalhar no T.A.R. (Talent and Artist Relations) da MTV Brasil.

Trabalhou na MTV por 4 anos, até 1998. Fazia produção musical e artística de diversos programas da TV, atendendo cerca de 60 gravadoras independentes, de artistas nacionais e internacionais. Produziu os primeiros especiais Rockgol e VMB. Durante este período conheceu pessoalmente alguns de seus maiores ídolos: Ozzy Osbourne, Ronnie James Dio, Bruce Dickinson, Ramones, Beastie Boys, Jason Bohan, o guitarrista do Iron Maiden (Adrian Smith) e o baterista do Black Sabbath (Vinnie Appice), entre outros.

Em 1998, na TV SBT, foi convidado para implantar uma repaginação, em versão americana, do programa Qual é a Música.

Retornando aos seus interesses acadêmicos, seguiu estudando Geografia na PUC de SP, e formou-se em 1999. Durante seus estudos chegou a lecionar na própria PUC em um curso oferecido pelo Depto de Geografia. Sua monografia para conclusão de seu curso, como já era de se esperar, abrangeu o assunto música” com o tema “Geografia, Música e Comunicação Uma Intersecção de Valores, assunto inédito até então naquele curso.

Na Trama

Ainda em 1998 foi para a gravadora Trama onde ficou por quase 5 anos, até 2003. Começou como assistente de produção executiva e chegou ao cargo de gerente artístico, trabalhando com João Marcello Bôscoli, Carlos Eduardo Miranda, Wilson Simoninha e Kid Vinil. Trabalhou nos discos e DVDs de Jair Rodrigues, Pedro Mariano, Nação Zumbi, Fernanda Porto, Inezita Barroso e Cláudio Zoli. Ainda nessa gravadora, fez a produção musical do último disco de carreira de Paulinho Nogueira “Chico Buarque - Primeiras Composições”, além da produção de faixas do programa Música Brasileira, exibido pelo canal Multishow. Fez também a direção de produção do DVD Anima Mundi - vol 2.

De 2003 para cá tem trabalhado como produtor musical, tendo passado pelas emissoras de televisão SBT, RedeTV, Gazeta, Record, MTV e Multishow (free lancer) e TV Cultura.

Paralelamente às suas funções artísticas, verdadeiro amante de cinema e seriados, teve sua própria videolocadora, além de ter realizado cursos na área de cinema, trilha sonora, programação musical e história da música brasileira no século XX.

De 2008 a 2011 trabalhou na TV Cultura como produtor musical. Produziu os programas “Mosaicos”, “Programa Novo”, "Ao Ponto" (parceria entre TV Cultura e Canal Futura), “Login” e outros eventos da emissora.

No Rock Cultura

No ano de 2010 apresentou seu programa “Rock Cultura” na Rádio Cultura Brasil AM (http://www.culturabrasil.com.br/programas/rock-cultura). O programa era direcionado ao rock brasileiro, com direito a gravações originais e raridades dos anos 50 até a atualidade. Para tal, utilizou seu acervo pessoal, de cerca de 5000 títulos entre vinis (LPs e compactos), CDs e DVDs.

Nos anos de 2011 e 2012 lecionou Técnicas de Programação Musical no curso de Radialista / Programação Musical no Senac São Paulo, onde teve a oportunidade de passar um pouco de seu conhecimento para aqueles que buscam ingressar na profissão.

Atualmente é no programa Vitrola Verde (web): 

https://www.youtube.com/user/VitrolaVerdeTV/videos

Futebol, história, cinema e vinhos? Isso é uma outra história!

Por Silene Peres