Entrevista com o cantor Nasi (Ira!), o Wolverine do Rock brasileiro


Por Cesar Gavin

História é o que não falta. Uma mudança de comportamento.

Em 1982, eu ainda era um garoto, que ouvia Kiss e ACDC quando conheci o Nasi. Na época, meu irmão Charles ingressou no grupo Ira, o que fez a banda ensaiar na minha casa. Todos os sábados e domingos lá estava eu, sentado em um banquinho esperando o Ira compor o repertório. Nesse período, presenciei as composições das músicas: "Núcleo Base", "Gritos na Multidão", "Nasci em 62", "Tolices", "Pegue Essa Arma", "Coração" e por ai vai...digamos que o repertório do Ira até o terceiro LP. Sorte a minha, não?

Meus amigos não se conformavam em não me ver na rua para jogar bola, futebol de botão ou outras brincadeiras de qualquer jovem adolescente. Eu queria mesmo era entrar naquele universo musical que me estava sendo  apresentado "de bandeja". Era mágico! Dalí foi um passo para eu ver nascer diversas bandas do cenário do rock brasileiro. Dentre estas bandas, presencie além do Ira, o Ultraje a Rigor, as Mercenárias, os Titãs, o Cabine C, o RPM, o Voluntários da Pátria e o Magazine. E depois ainda: Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e...muitas outras. Vocês acham que queria jogar bola?? Meu nome era música. Edgard Scandurra me ensinou alguns acordes e aí fui aprender a tocar violão e depois pulei para o baixo elétrico.

Nasi era o cara que aparecia em casa com as novidades do punk rock, da new wave e até do reggae inglês. Ainda me lembro dos discos (raros na época) do The Police, The B-52's e Gang Of Four que ele trouxe em casa. Numa certa tarde, entreguei a ele uma fita K7 de marca Sanyo para me gravar o álbum dos Ramones "It's Alive". Mas para minha surpresa, uma semana depois nesta mesma fita, além dos Ramones, me vieram de "brinde", as bandas Angelic Upstairs, 999, Lukers, Sex Pistols, entre outras. A realidade é que ele me apresentou todas estas bandas que mudariam a  minha vida. Ou a minha "mudança de comportamento".

Meu irmão saiu do Ira! em 1984, ingressou no RPM e depois nos Titãs e eu nunca perdi o contato com os integrantes do Ira. De um garoto admirador, passei a trabalhar no ramo artístico e tive a oportunidade de agendar e conviver com "os meninos da rua Paulo" nas emissoras de TV em que trabalhei (MTV, Cultura, Record e Multishow, esta como freelancer).

Em 2004, o Nasi me procurou para me presentear com todas as fitas k7s que ele gravou dos shows do Ira! desde o início de carreira até o ano de 1993. Fiquei muito feliz em receber tal preciosidade.

Bem, não conto mais. Assistam abaixo a entrevista que fiz com ele para este blog nos bastidores do extinto programa Login (TV Cultura), para o qual eu fazia a produção musical.

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Valeu, Nasi!!




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